Marília Mendonça: cabos de energia da Cemig provocaram queda de avião
Relatório do Cenipa descartou falha humana e mau funcionamento
Relatório do Cenipa descartou falha humana e mau funcionamento
As linhas de transmissão de energia elétrica da Companhia
Energética de Minas Gerais (Cemig) foram o fator principal do acidente aéreo
que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em novembro de
2021, no distrito de Piedade de Caratinga, no município de Caratinga (MG).
A conclusão consta do relatório final apresentado, nesta
segunda-feira (15), pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa), órgão militar subordinado ao Comando da Aeronáutica. O
laudo do acidente também descartou erro humano do piloto da aeronave Geraldo
Martins de Medeiros, e falhas mecânicas e operacionais da aeronave.
O relatório final sobre a perícia feita pelo Cenipa foi
apresentado aos advogados e familiares das cinco vítimas, na tarde de hoje.
O documento
ficará disponível ao público ainda nesta segunda-feira.
O Cenipa esclarece ainda que as investigações realizadas não
buscam estabelecer culpa ou responsabilidade de quem quer que seja. O objetivo
é entender as circunstâncias do acidente para aprimorar as medidas de segurança
de voos, evitar novos acidentes aéreos e, consequentemente, preservar vidas.
Após a apresentação do documento, o advogado Robson Cunha,
que representa as famílias da cantora e também do tio e assessor da artista
Abicieli Silveira Dias Filho, comentou os próximos passos. “Se eles [os cabos]
estão dentro de uma área ou não passível de ter essa identificação é o que
agora nós vamos tratar na esfera judicial”.
O advogado também pediu rapidez na conclusão do inquérito da
Polícia Civil de Minas Gerais. “Eu até faço um clamor para que haja uma
celeridade na entrega deste inquérito policial. Porque, a partir daí, nós vamos
poder nos manifestar. A gente vai poder ter a oportunidade, no processo, de
tratar desse assunto”
O acidente
A cantora Marília Mendonça e as outras
pessoas morreram após a queda da aeronave modelo Beech Aircraft,
prefixo PT-ONJ, momentos antes do pouso. O avião caiu em uma cachoeira do
distrito de Piedade de Caratinga, no município de Caratinga (MG).
A cantora, apelidada pelos fãs de Rainha da Sofrência, tinha
26 anos e colecionava vários sucessos musicais do gênero sertanejo. Os demais
ocupantes da aeronave de pequeno porte eram: o produtor Henrique Ribeiro, o tio
e assessor da artista, Abicieli Silveira Dias Filho; o piloto Geraldo Martins
de Medeiros; e o copiloto da aeronave Tarciso Pessoa Viana. Não houve
sobreviventes.
O avião decolou do aeroporto de Santa Genoveva, em Goiânia
(GO). A cantora se apresentaria naquela mesma noite, em Caratinga.
Ainda na data das mortes, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) confirmou, por meio de nota, que o bimotor atingiu um cabo de uma torre de distribuição de energia elétrica quando se aproximava do aeródromo de Ubaporanga. Em seguida, caiu no curso d'água, o que vitimou todos os ocupantes da aeronave.
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